Vander Loubet*
O Partido dos Trabalhadores (PT) reuniu no dia 21 (feriado de Tiradentes e aniversário de 60 anos de Brasília), em uma conferência online, sua bancada de deputados federais e senadores, o ex-presidente Lula e o ex-ministro Fernando Haddad para analisar a conjuntura nacional e as últimas ações do presidente Jair Bolsonaro, tanto nas desencontradas e irresponsáveis ações em relação ao coronavírus quanto nas agressões aos poderes Legislativo e Judiciário e à democracia brasileira.
Sempre reconhecemos e respeitamos os resultados eleitorais de 2018, apesar do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e da perseguição a Lula. Viemos, até o momento, fazendo oposição ao governo Bolsonaro de acordo com as regras da democracia. Entretanto, diante das agressão frequentes às instituições democráticas e a incompetência em dirigir o País durante a pandemia global da Covid-19, não nos resta outra opção que não seja uma reação mais efetiva contra o verdadeiro vírus, aquele que está instalado no Palácio do Planalto.
Os poderes constituídos precisam parar de reagir apenas por meio de notas e manifestações. Precisamos de uma reação incisiva. Jair Bolsonaro jamais reuniu as condições de governar nosso país e neste momento, de pandemia causada pelo coronavírus, esse fato ficou ainda mais evidente. Precisamos de um governo que enfrente a situação de acordo com o que a Organização Mundial de Saúde e as maiores autoridades médicas orientam, sob pena de termos centenas de milhares de mortes nesta crise sem procedentes recentes no mundo.
O que vemos é um governo ineficiente, incapaz de colocar em prática, de modo minimamente satisfatório, ações e medidas já aprovadas por nós parlamentares do Congresso Nacional. Bolsonaro e seu séquito, por incompetência, desencontros administrativos ou por puro descaso, não está garantindo que os benefícios necessários cheguem à ponta, ou seja, aos mais necessitados. Acrescente-se a isso as ações por parte do núcleo do poder bolsonarista (Gabinete do Ódio, família, militares de pijama, bem como ministros submissos às insanidades de seu líder), estaremos diante de uma crise econômica sem precedentes nos últimos 100 anos.
No caso específico dos governadores e prefeitos, o governo Bolsonaro, ao invés de buscar parcerias efetivas para contribuir na resolução da crise – de saúde e econômica -, os transformou em inimigos da mesma magnitude que o próprio coronavírus, quando na verdade são justamente os estados e os municípios que podem ser os grandes executores de uma política federal de enfrentamento à crise, colaborando decisivamente para amenizar o sofrimento e as dificuldades vividas pelos mais necessitados e excluídos da nossa sociedade.
O PT estará construindo caminhos e soluções com os demais partidos de oposição (PSB, PDT, Psol, PCdoB e Rede). Também buscará o diálogo com os partidos do centro, que em vários casos representam setores da sociedade com os quais temos diferenças ideológicas e políticas, mas que efetivamente não se mostram reacionários e obscurantistas, se opondo às práticas anticientíficas e não humanistas que comprometem o que temos de mais sagrado: nossas vidas.
*Deputado Federal (PT-MS)
