Inédito no estado, o projeto Agricultura Periurbana em Comunidades Indígenas de Mato Grosso do Sul é resultado de emendas parlamentares destinadas pelo deputado federal Vander Loubet e o ex-deputado federal Zeca do PT, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). A iniciativa tem o objetivo de gerar renda e contribuir para a autonomia e sustentabilidade das famílias envolvidas no projeto.
Cada comunidade recebe uma estufa com 84 metros quadrados e áreas com telas, todas equipadas com sistema de irrigação, o que permite a produção mesmo no Verão, quando as chuvas e o calor são intensos. Também são fornecidos insumos, sementes e ferramentas. O modelo de produção é sustentável, com economia de energia e água, e manejo de pragas sem uso de defensivos químicos. Atualmente, quatro comunidades possuem estufas: Aldeinha, em Anastácio; Água Bonita e Comunidade Terapêutica do Lageado (Frei Jonas), em Campo Grande e 10 de Maio em Sidrolândia. O cultivo e o comércio dos alimentos é todo gerido pela comunidade e o lucro é dividido entre as famílias que participam do projeto, coordenado pela professora Vanderleia Mussi.
A alface é o principal produto cultivado, além da rúcula, tomate cereja, almeirão, jiló, berinjela, pimentão, quiabo, abobrinha, entre outros. O projeto incentiva, também, que a comunidade consuma mais alimentos saudáveis de acordo com Adão Alves Custódio, presidente da Associação da Comunidade Indígena 10 de Maio (ACIADM). “Na nossa comunidade foi muito bom o projeto. São mais de 50 famílias que pegam as hortaliças doadas duas ou três vezes por semana. Depois os produtos são vendidos na feira, atendendo também as comunidades vizinhas”. Além de abastecer estas comunidades, o projeto está inscrito no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para abastecer, no próximo ano, escolas das comunidades Córrego do Meio, Lagoinha e Tereré, segundo Adão Alves.
A responsável pela horta na comunidade 10 de Maio, Fátima Souza, conta que o projeto é positivo para as famílias e que ele teve avanços tecnológicos, aumentando a qualidade da produção. “Estou na horta desde o início, começamos com os regadores à mão e hoje já está bem mais estruturada, tem irrigação automática e melhorou muito”.
Carol Caco