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Vander carimba recursos para prevenção e combate à anemia falciforme

Walthenia tinha apenas 38 anos e havia fundado a Acodfal
Walthenia tinha apenas 38 anos e havia fundado a Acodfal

Responsável por sérias agressões ao organismo e até casos de óbito se não for tratada a tempo, a anemia falciforme ainda é uma das doenças que continuam fazendo vítimas porque o sistema de saúde pública ainda não dedicou a ela a atenção que merece. A falta de informações à comunidade e de preparo adequado do poder público são dois dos principais problemas a serem solucionados para ser possível sistematizar programas e ações de apoio às pessoas que sofrem desse mal, sobretudo os indivíduos da raça negra, que registram o maior número de ocorrências.

Na semana passada, após reunir-se com integrantes do movimento negro e de setoriais do PT em Corumbá, o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) assumiu o compromisso de carimbar recursos de R$ 200 mil no Orçamento Geral da União (OGU). A emenda parlamentar será destinada a programas de conscientização da sociedade e a estruturação da rede pública de saúde corumbaenses.

O objetivo desses programas é capacitar Corumbá, um dos raros municípios do Brasil que possuem organização específica para debater e disseminar orientações sobre o mal – inclusive com a pioneira Associação Corumbaense das Pessoas com Doenças Falciformes (Acodfal). No dia 11 deste mês, a presidenta e fundadora da Associação, Walthenia Agda Costa, 38 anos, morreu quando participava da marcha do Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública, em Brasília. Ela presidia o Conselho Municipal de Saúde de Corumbá e estava representando Mato Grosso do Sul na manifestação. Sua morte ocorreu por causa de complicações renais, consequência da anemia falciforme.

Vander em Corumbá com integrantes do movimento negro e de setoriais do PT
Vander em Corumbá com integrantes do movimento negro e de setoriais do PT

“Ainda não temos no Estado um cadastro específico ou levantamento atualizado sobre a quantidade de portadores, nem sabemos quantos municípios possuem ao menos a preocupação de cuidar dessa doença. Corumbá é um exemplo raro, até porque tem o DNA da raça negra em 70% de sua população, embora os casos ocorram em outras etnias”, frisou Vander. “A emenda, por si, não vai atender todas as necessidades, mas abre caminho para o sistema público de saúde se equipar e fomentar a conscientização da sociedade”, completou

Poucos municípios investem na prevenção e no tratamento, embora o País disponha de uma ação instituída pelo Ministério da Saúde, a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Falciformes e Outras Hemoglobinas (doenças do sangue). O teste do pezinho e o exame de eletroforese de hemoglobina são algumas formas científicas de diagnosticar a doença e que podem ser disponibilizadas pela rede pública.

A doença falciforme é hereditária, ou seja, as pessoas já nascem com ela. É o resultado de uma modificação genética do gene (DNA) que, no lugar de produzir o pigmento chamado hemoglobina (Hb) “A”, dentro dos glóbulos vermelhos ou hemácias, produz outro denominado “S” (HbS). Os principais sintomas são crises dolorosas, principalmente nos ossos, músculos e articulações, e inchaço na região dos punhos e tornozelos. Também há icterícia, quando o paciente apresenta cor amarelada nos olhos. As pessoas com diagnóstico confirmado de doença falciforme devem ser cadastradas em serviço de referência, hemocentros ou hospitais públicos, e acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, de acordo com protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

(Edson Moraes – Assessoria/Deputado Vander)

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