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Resfriadores melhoram a renda, afirmam pequenos produtores de leite de Nova Andradina

Modernização, maior qualidade na produção e poder de negociação com laticínios. A chegada de 19 resfriadores leite, há quase um ano, no Assentamento Teijin, no município de Nova Andradina, tem trazido esses e outros benefícios para mais de 50 famílias de pequenos produtores que se dedicam à pecuária leiteira.

“O preço tem melhorado um pouco e a previsão é de que, na próxima entrega, o valor comercializado chegue a R$ 2,00, conforme nos garantiu a Associação do assentamento. Antes o preço ficava em R$ 0,75 ou R$ 0,95”, calcula o produtor Cícero Belizário Neto, que ainda ressalta outra vantagem: a comodidade. “O resfriador traz tudo de bom, porque a gente não precisa ficar gastando com transporte todo dia, não precisa sair para longe”, afirma ele, que tem o equipamento instalado em sua propriedade e o compartilha com outros dois vizinhos, também pequenos produtores.

Para que os 19 refrigeradores de leite chegassem às mãos dos agricultores familiares foram investidos R$ 267 mil. Esses recursos vieram de um convênio firmado com emendas parlamentares do deputado federal Vander Loubet e do ex-deputado federal Zeca do PT e recursos do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).

Em posse dos equipamentos, as famílias têm se organizado para conseguir vencer os desafios econômicos gerados pela pandemia de covid-19 neste ano de 2020. É que se o consumo brasileiro tem aumentado por um lado – graças ao auxílio emergencial e ao fato de as pessoas passaram mais tempo em casa – por outro os custos com a produção e os insumos também sofrerão elevação.

Mas, os desafios da pandemia não foram suficientes para prejudicar as atividades do campo e a expectativa neste final de entressafra do leite é que o preço fique mais interessante para aqueles que trabalham da porteira para dentro dos sítios.
 
“A produção aqui está em torno de 30 a 35 litros/dia. A situação do pasto hoje está complicada, principalmente com a estiagem. Mas, a gente tem feito um bom trato do gado e, no período de entressafra, há também o valor agregado no produto. Tenho 30 animais, oito estão em lactação e uma está para iniciar. Espero que a Cooperativa [Coopav – Cooperativa de Prestação de Serviços e Reforma Agrária do Vale do Ivinhema] faça uma boa negociação junto do laticínio”, explica o pequeno produtor Vanderlei Toebe.

Menores riscos – Fundado em meados dos anos 2000, fruto do trabalho da reforma agrária, o Assentamento Teijin, em Nova Andradina, tem a pecuária de leite como uma das principais fontes de renda das famílias agrícolas que ali vivem. Mais do que apenas equipamento novos, os resfriadores são um sinônimo de maior vida útil do leite coletado e, consequentemente, menores riscos de perdas aos pequenos produtores.

“Se você tem onde guardar é possível organizar melhor o trabalho no sítio, ter tempo para a entrega do leite”, pontua o pequeno produtor Cícero, que sabe que os desafios são constantes, mas que valoriza cada conquista dentro da própria terra. “Cresci no meio rural com meus pais. O direito à terra veio com a reforma agrária. A vida no campo não é fácil, mas tem a parte boa e investimentos assim [como os resfriadores] vêm para melhorar, ajudar na lida”, finalizou.

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