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Obras, chuvas e descalabro administrativo

Vander Loubet*

Na condição de cidadão de Campo Grande e de deputado federal por Mato Grosso do Sul, vejo com indignação as fotos e as imagens da Capital nos últimos dias. Após dois dias de chuvas fortes na semana passada, o que vimos foi um rastro de destruição: obras carregadas pelas enchentes, pedaços de alfalto descolados, buracos nas vias, enfim, manchas que maculam a beleza da Cidade Morena.

Essa indignação parece ter sido partilhada também, com a devida ênfase, pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MS), Jary Castro, por meio de um artigo publicado na imprensa local. É quase um desabafo, onde questiona até onde vai a paciência dos campograndendes com a ineficiência na gestão das obras contra enchentes na cidade.

Como parlamentar, juntamente com o senador Delcídio do Amaral e o deputado Antonio Carlos Biffi, tenho me empenhado para garantir investimentos do governo federal para Campo Grande e todo o Mato Grosso do Sul. Assim eu e meus colegas de bancada continuaremos a fazer. Contudo, no dia 31 de janeiro estive em Brasília para solicitar providências dos órgãos federais de fiscalização no sentido de apurar como esses recursos estão aplicados. Afinal, pelo que se viu com o episódio das chuvas, os recursos pelo qual batalhamos junto à União – e que representam os impostos dos contribuintes -, estão literalmente indo para o esgoto. E isso é inaceitável.

A barragem do Sóter não conteve a enchente e sequer resistiu às chuvas
A barragem do Sóter não conteve a enchente e sequer resistiu às chuvas

As obras envolvendo o Córrego Sóter, na Via Park, tinham como objetivo conter as enchentes na região. Uma obra dessas, espera-se, deve não só conter as enchentes como também resistir a esses fenômenos da natureza. Não fez nem um, nem outro. Um dia antes de ser inaugurada pelo prefeito, ruiu. Erros devem existir e os responsáveis devem ser penalizados, pois os recursos públicos devem ser aplicados com a devida eficiência para que retornem aos contribuintes na forma de melhorias e benefícios.

Existem intervenções, como as nas margens do Córrego Prosa, na Avenida Ricardo Brandão – bancadas com recursos do Município -, que já foram refeitas por pelo menos duas ou três vezes e que ficaram conhecidas como “as obras dos saquinhos de terra”, que depois deram lugar à armações de pedra e ferro. Mais uma vez parte da obra voltou a ruir.

Diante desses fatos, o que mais surpreende é que a Prefeitura não tenha a mesma eficiência administrativa na gestão dessas obras como tem para arrecadar impostos, taxas e elevar as tarifas dos serviços públicos, como a do transporte público. Como explicar tamanho descalabro de comportamento administrativo? Para cobrar do contribuinte existe uma estrutura arrecadadora azeitada. Para devolver os devidos benefícios à população, o processo é moroso e as obras – das mais simples às mais complexas – levam uma eternidade para serem entregues. E quando há problema, a culpa é sempre da chuva. Pobre São Pedro, virou bode expiatório da administração municipal da Capital.

Já passou da hora de debater os rumos de Campo Grande. Precisamos resolver em definitivo essas questões – arcaicas, diga-se de passagem – que atormentam a população ano após ano e partir para discussões mais contemporâneas. Temos que debater os temas que as cidades estão pautando neste século XXI: modernização da gestão, descentralização administrativa, tecnologia como ferramenta de governo, etc. Discussões para um novo tempo que se inicia nos centros urbanos do País e do mundo.

*Deputado Federal (PT-MS) e pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande

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