Vander Loubet*
O PT e os partidos aliados terminaram o primeiro semestre de 2011 com grandes avanços no processo de construção das sucessões municipais, especialmente nas principais cidades, notadamente em Campo Grande.
Nesse período, me empenhei e não economizei saliva e ouvidos para argumentar com nossos líderes e com a militância de que deveríamos dar um basta em nossas divergências – ou mesmo administrá-las de forma mais construtiva -, pois continuando da forma que estava, colocaríamos em risco nossos projetos, tanto para 2012 nas prefeituras quanto para eleger Delcídio governador em 2014.
Considero significativos os avanços na unidade interna do PT, mesmo que o ano tenha começado com ressentimentos mútuos entre o ex-governador Zeca do PT e o senador Delcídio do Amaral. Isso porque, ao iniciarmos o segundo semestre, surgiu, com grande entusiasmo, a possibilidade da formação de uma chapa conjunta com Delcídio para prefeito da Capital e Zeca para vice. O cenário empolgou tanto que foi objeto de análise de uma pesquisa Ibrape/Correio do Estado, divulgada no dia 23 de julho. O resultado: a chapa ganharia a eleição no primeiro turno.
O mais importante não são os números da pesquisa, mas sim a simples menção da possibilidade das nossas maiores lideranças estarem numa única chapa para o pleito de 2012, o que denota a solidificação do entendimento de um projeto que inclui o ex-governador Zeca do PT, o senador Delcídio, o ex-deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), o prefeito de Dourados, Murilo Zauith (PSB), e o ex-senador Antônio João Hugo Rodrigues (PSD), na perspectiva da construção de um bloco político sólido, que propõe-se a ter projetos alternativos para governar as cidades de Mato Grosso do Sul, bem como o Estado em 2014. Acrescente-se, ainda, que temos ótimas opções políticas do PT e dos partidos aliados em diversos municípios do estado, como Três Lagoas, conforme outras pesquisas Ibrape/Correio do Estado vêm demonstrando.
Apesar da demonstração efetiva de que percorremos o caminho correto ao buscar muito mais as afinidades que nos unem do que as divergências que nos separam, existe o fato de que é muito difícil para Delcídio renunciar aos seis anos de mandato que tem pela frente como senador, sobretudo depois que a já mencionada pesquisa apontou que 68% dos entrevistados são contrários a essa renúncia para que o petista se candidate a prefeito. No entanto, o episódio fica marcado por aquilo que a política mais deve cultivar no dia-a-dia: conversa, diálogo e paciência. E mais: a humildade, representada pelo gesto de aceitação de Zeca ao se colocar à disposição do PT para compor a sugerida chapa. Afinal, estamos falando de uma liderança histórica do Partido em Mato Grosso do Sul.
Ainda em Campo Grande, meu nome tem sido lembrado como uma das diversas opções que o PT têm para se opor à atual administração, que, de acordo com pesquisa Ibrape/Correio do Estado, é considerada “bom” e “ótimo” por somente 45% da população. Isso demonstra claramente que nossas críticas e sugestões, feitas ao longo dos últimos meses, não são meros ataques, mas sim idéias e pensamentos que estão em consonância com a percepção da população. Se tiver a honra de ser escolhido para ser o candidato do PT – e até mesmo dos partidos aliados – para a Prefeitura, não hesitarei em montar um programa de governo moderno e democrático que faça a Capital dar o salto de qualidade que tanto merece. Contudo, por hora, meu compromisso é o de construir um sólido projeto político com os partidos de oposição para disputar a Prefeitura de Campo Grande em 2012 e o Governo do Estado em 2014, a fim de mostrar aos sul-mato-grossenses que temos sim uma forma diferente – e melhor – de governar em relação aos que governam nos últimos anos.
Temos vários e bons nomes para a disputa. E todos estão à altura desse desafio, como o do deputado Pedro Kemp, do ex-deputado Pedro Teruel e até mesmo do nosso aliado histórico Dagoberto Nogueira e do jornalista e empresário Antônio João. A definição do nome virá naturalmente ao longo do processo político e democrático. Logo, entendo que, neste segundo semestre, vamos estudar e analisar com mais profundidade as propostas que vamos apresentar em 2012, para que a sociedade possa conhecer e debater. Para que, efetivamente, possamos transformar Campo Grande na capital que tanto queremos.
*Deputado Federal (PT-MS)