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O desenvolvimento da piscicultura de Mato Grosso do Sul

*Vander Loubet

A visita, na última quinta-feira (5), do ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, representa um salto quanti e qualitativo na estruturação da cadeia produtiva da piscicultura de Mato Grosso do Sul. Na mesma data, foram entregues 13 escavadeiras para municípios – resultado de emenda parlamentar de minha autoria -, o que simboliza o efetivo fortalecimento da piscicultura em Mato Grosso do Sul.

Apesar de há anos possuírmos um dos projetos mais bem-sucedidos do Brasil e do mundo em termos de produção de alevinos – o Projeto Pacu -, os demais elos dessa cadeia não se desenvolviam na velocidade, quantidade e qualidade necessárias para que pudéssemos integrar em definitivo essa atividade produtiva. Vivíamos uma espécie de círculo vicioso: não havia frigoríficos para viabilizar a produção e os frigoríficos não podiam ser instalados pois não havia produtores suficientes para atender a demanda dos estabelecimentos. Sendo assim, uma coisa inviabilizava a outra.

A criação do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) pelo ex-presidente Lula foi um sinal efetivo para mudarmos essa realidade no Brasil e em Mato Grosso do Sul. Nesse sentido, ao longo dos últimos anos, tenho me empenhado em Brasília para contribuir na consolidação desse projeto aqui no estado, viabilizando recursos para que todos os elos dessa cadeia possam, progressivamente, se desenvolver – da produção de alevinos, passando pelo peixe, processamento, pesquisas e o estímulo ao consumo.

Biffi, Vander, Crivella e prefeito Japão exibindo alevinos em Dois Irmãos do Buriti
Biffi, Vander, Crivella e prefeito Japão exibindo alevinos em Dois Irmãos do Buriti

Atualmente, temos no estado dois frigoríficos (Itaporã e Mundo Novo), com aproximadamente 800 piscicultores. A expectativa é de que em dois anos tenhamos mais dois frigoríficos (Dois Irmãos do Buriti e Dourados, previstos para 2013). O funcionamento desses estabelecimentos dobrará o número de produtores, que com dois hectares de lâmina de água (o equivalente a 10 tanques), obtém uma renda média líquida de R$ 1.600,00/mês, bem acima de outras atividades econômicas. Acrescente-se a isso o potencial que temos em nossas áreas de planícies, das bacias dos rios Paraguai e Paraná e das regiões alagadas das nossas hidrelétricas, como a de Porto Primavera, que com a tecnologia dos tanques em redes são seis a sete vezes mais produtivas do que as de tanques cavados.

Tudo isso nos permite dizer que estamos construindo uma cadeia produtiva altamente competitiva, na qual todos os elos encontram-se integrados, da pesquisa (Embrapa e universidades) aos municípios (produtores), passando pela indústria, pelo comércio varejista e pelas festas que promovem e estimulam o consumo de peixe e seus derivados.

Acredito que somente dessa forma teremos uma cadeia produtiva apta a gerar renda para os nossos pequenos produtores, fornecendo assim a nossos consumidores um alimento de qualidade e com preços acessíveis, contribuindo também para o crescimento e o futuro do nosso estado e do País.

*Deputado Federal (PT-MS) e pré-candidato a prefeito de Campo Grande

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