Vander Loubet*
Nesta semana, tive o prazer e a oportunidade de me encontrar pessoalmente com nosso presidente Lula, durante sua visita a Brasília, onde recentemente decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceram a justiça e permitiram à nossa principal liderança política brasileira recuperar os plenos direitos políticos. Com isso, Lula se apresenta para 2022 como uma alternativa sólida aos desmandos do atual governo.
O convite de Lula para ir ao seu encontro mais uma vez mostrou a força da sua liderança e seu humanismo. Após tantos meses, reencontrei um homem sereno, tranquilo, bem humorado e que, apesar de todas as angústias pelas quais passou, entre lembranças e observações diversas, ainda se lembrava vivamente de agradáveis momentos que havíamos – o Zeca do PT, ele e eu – passamos há mais de duas décadas, quando pescamos em Porto Murtinho, no Rio Paraguai.
Lula se recordou também, com alegria e saudosismo, de quando, ainda presidente, visitou Campo Grande. Acompanhado pelo então prefeito Nelsinho Trad (senador, atualmente), ao passar por duas importantes obras em nossa Cidade Morena, diz ter ouvido de Nelsinho: “Tá vendo, presidente? Foi o senhor quem fez”. Sua memória e capacidade de ouvir e cativar as pessoas segue cada vez mais aguçada.
Após estar devidamente vacinado, mas preservando todos os cuidados de distanciamento social e de higiene, Lula esteve em Brasília com o objetivo de se reunir com diversos com atores políticos e lideranças nacionais, dos mais diversos partidos e espectros políticos. A lista incluiu o ex-presidente José Sarney (MDB); o vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marcelo Ramos (PL-AM); o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ); o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), o presidente do PSD, Gilberto Kassab; e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (ex-DEM-RJ, a caminho do PSD).
Todos os encontros de Lula tiveram como tema central a formação de uma ampla aliança de forças democráticas, de esquerda, de centro e inclusive da direita democrática. Nosso presidente defendeu uma unidade de entendimento assentada em quatro pontos:
1. Garantia da democracia e que as instituições se mantenham firmes e resistindo aos ataques desferidos por parte do governo Bolsonaro;
2. Necessidade de combater a pandemia com a priorização da vacinação em massa e com a continuidade das medidas de distanciamento social e de higiene, pois esse é o único caminho para conter o coronavírus e evitar mais mortes;
3. Volta do auxílio emergencial de R$ 600, tal como aprovado em 2020 pelo Congresso Nacional, e não esses R$ 150 aprovados pelo governo Bolsonaro este ano, valor insuficiente para garantir que as famílias brasileiras não passem fome e mais necessidades;
4. Definição de um projeto de reconstrução nacional, que será necessário após o rastro de destruição deixado pelo desgoverno de Jair Bolsonaro; um projeto de desenvolvimento, que contemple a geração de empregos, o crescimento da indústria nacional, a melhoria da renda dos trabalhadores, o resgate dos programas sociais, o combate às desigualdades sociais, o enfrentamento intransigente à fome e à pobreza e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para o Mato Grosso do Sul, Lula solicitou que, com o ex-governador Zeca do PT, nossa bancada estadual, nossos vereadores e filiados e filiadas, busquemos construir com os partidos e representantes da sociedade alianças que efetivamente possam nos reconduzir de volta à Presidência da República, tendo como alicerce o projeto de reconstrução nacional.
Devemos dialogar com todos os atores que se opõem ao atual genocídio e descaso do governo federal, pois o Brasil só sairá dessa encruzilhada de barbárie que vivemos se houver a união de todas as forças. É a união e o diálogo que nos possibilitará construir propostas e projetos para governar efetivamente com aqueles que não aceitam mais o atual estado de abandono e descaso com a vida dos brasileiros e brasileiras.
*Deputado Federal (PT-MS)