A criação de um centro de qualificação em tecnologia na região da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai para formação e inserção de jovens no mercado de trabalho deu mais um passo na quarta-feira (24). Uma comitiva de parlamentares, gestores municipais e representantes de entidades empresariais e de órgãos públicos fez uma visita às instalações do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu (PR). O objetivo da visita foi conhecer o funcionamento do parque, que servirá de modelo para um projeto semelhante a ser desenvolvido em Ponta Porã.
A comitiva foi recepcionada pelo diretor geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e pelo diretor do Parque Tecnológico, Juan Carlos Sotuyo.
Criado em 2003 e localizado ao lado da Usina Hidrelétrica de Itaipu, o PTI conta com espaços que possibilitam a promoção do conhecimento de forma integrada para a formação de adolescentes e jovens. Com ações voltadas para o desenvolvimento do conhecimento, o instituto se destaca por ser um ambiente de constantes avanços científicos e tecnológicos nas áreas de energia, água e turismo.
“Essas visitas têm o objetivo de mostrar a todos os setores envolvidos, público e privado, a importância de termos um parque tecnológico que permita a formação de jovens, retirando-os das ruas e levando-os para dentro de um projeto com esse alcance”, analisou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS), presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e um dos organizadores da comitiva.
Já para o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), que também esteve em Foz do Iguaçu, o grande desafio atual dos municípios de Mato Grosso do Sul é formar mão de obra qualificada para preencher os postos de trabalho que são ofertados pelo mercado. “Nos últimos 10 anos, nosso país praticamente solucionou o problema do desemprego. Vivemos uma situaçao de quase pleno emprego. Agora o desafio é outro: as vagas surgem no mercado mas nem sempre há pessoas qualificadas para assumir. Daí a importância de o poder público, em parceria com entidades e empresas, investir na qualificação de mão de obra”, pontuou.
Envolvimento – Segundo o senador Moka, a ideia de fazer com que Ponta Porã tenha condições de pôr em prática um projeto semelhante ao de Itaipu surgiu de conversa com o então prefeito Flávio Kayatt (PSDB) sobre a falta de oportunidades para a população jovem na fronteira. O apoio ao projeto foi mantido pelo atual prefeito, Ludimar Novais. “Nosso município tem as mesmas características de Foz do Iguaçu por estar localizado na fronteira, onde a carência de cursos técnicos é muito grande. Por isso, esse projeto é muito importante para nossa população, sobretudo a juventude”, afirmou Novais.
Além da Prefeitura de Ponta Porã, outras instituições integram o projeto do Centro de Qualificação Social e Profissional da Fronteira. São elas: a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MS), a Federação das Indústrias (Fiems), a Federação do Comércio (Fecomercio/MS), a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS). A implantação do centro em Mato Grosso do Sul deve ser acompanhado pela Itaipu Binacional a fim de garantir ao projeto o selo do Parque Tecnológico Itaipu.
Uma comissão foi formada com representantes de todas as entidades e, dentro de 90 dias, será apresentado um plano de trabalho para o projeto contendo um plano de ações para os próximos cinco anos. Os recursos para construir e equipar o Centro serão viabilizados por meio do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), administrado pela Sudeco.