Mais do que a geração de renda dentro da agricultura familiar, a Central de Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar de Mundo Novo, batizada popularmente de Feira do Produtor, tem sido uma opção de lazer à população que, por algumas horas, trocam as telas dos aparelhos eletrônicos para passear pelo local, conversar, comer e, claro, negociar o preço de alimentos fresquinhos, saídos diretos da roça.
Próximo ao local, há um parquinho e uma quadra de vôlei que tornam o espaço ainda mais interessante. “Acabou pegando essa coisa muito legal dentro da praça principal da cidade que é a feira. Ela se se tornou um ponto de encontro entre as famílias, porque tira as pessoas um pouco da frente da TV, celulares e tablets, por exemplo. As pessoas sabem que todas as quartas-feiras, das 13h às 17h, podem comprar os alimentos da semana e esticam, após às 17h, porque sabem que as barracas – como a de pastel – permanecem abertas e tem pula-pula para as crianças”, garante o secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Geraldo Lopes.
No caso da agricultora familiar Armelinda Bevenute, ou Mita, como é mais conhecida na cidade, a Feira do Produtor foi um ganho e um alívio. “Antes tinha gente que ficava procurando as sombras das árvores para montar as barracas e não tinha um banheiro adequado. O barracão ajudou demais, graças a Deus. Há uns dois anos ficávamos em um local em que pagávamos aluguel. Aqui não, é outra coisa.”
O projeto de construção do barracão aberto foi uma forma de oferecer melhor estrutura aos feirantes e consumidores sem descaracterizar, com portões, o ambiente típico de uma feira. Ao todo, 34 boxes foram demarcados no chão para que os produtores montem suas bancadas para expor os produtos.
A Central de Comercialização é fruto de um convênio firmado por meio de emendas parlamentares dos deputados federais Vander Loubet e Zeca do PT, recursos do Governo do Estado – através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) – e contrapartida da Prefeitura. O espaço leva o nome de Helmo Honorato da Silva, como forma de homenagear um produtor e lembrar do papel da agricultura familiar na cidade.
“Essa obra em Mundo Novo representou mais uma etapa cumprida por mim e pelo Zeca dentro do compromisso que fizemos de apoiar os agricultores familiares e pequenos produtores de Mato Grosso do Sul, nos três pilares do setor: produção, agregação de valor (agroindustrialização) e comercialização. É um trabalho gratificante, onde a gente vê o resultado prático para as famílias do campo”, afirma o deputado Vander, que lembra que a parceria com a Semagro e a Agraer garantiu a construção de outros oito centros de comercialização no estado.
O conforto do local tem sido um grande atrativo para o público, conforme avalia o agricultor tradicional Carlito Pereira, que comercializa legumes e cereais ao lado da esposa, Fátima Terezinha Daniel. “Tá sendo 100% a Feira do Produtor porque trouxe um avanço muito grande. Mais aconchegante, com mais limpeza, boa instalação de banheiros e bebedouro. A venda, claro, varia de dia para dia. Tem dia que a gente leva e vende tudo, mas o ganho maior foi no conforto e na clientela que deu uma aumentada.”
Com endereço e horário certo, das 13h às 17h, o sonho dos feirantes agora é viabilizar uma câmara fria. “Estamos conversando dentro da associação para ver o custo, o projeto e como levantar o dinheiro para construir. Eu, por exemplo, mexo com linguiça, queijo, porco e frango caipira. Então, se a gente tiver um lugar onde possa armazenar melhor os nossos produtos vai ser muito melhor”, conclui Mita.