Sonhado há décadas pelas autoridades e comunidades do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, o Corredor Bioceânico trará impactos para a população e para o desenvolvimento das regiões alcançadas pelo traçado internacional. Essa rota rodoviária, que possibilitará a conexão viária do Centro-Oeste brasileiro aos portos chilenos, vai proporcionar mais competitividade no escoamento da produção agrícola e industrial, com redução de 23% do tempo de viagem (12 dias a menos) para a China, por exemplo, em comparação ao trajeto pelo Porto de Santos (SP), e redução do custo do transporte rodoviário para exportações e importações, conforme dados da Empresa de Planejamento e Logística (EPL).
Para identificar as oportunidades e desafios gerados pela obra, pesquisadores do Projeto de Pesquisa e Extensão Construção Multidisciplinar para o Corredor Bioceânico estão realizando estudos nas áreas de Logística, Economia, Turismo, Direito e História. O projeto de pesquisa e extensão é coordenado pelo Prof. Dr. Erick Wilke, da Escola de Administração e Negócios (ESAN) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
No Projeto Multidisciplinar, estão sendo realizadas pesquisas centradas em resultados consistentes para a promoção do desenvolvimento econômico e social nos territórios por onde o Corredor Bioceânico passará. “O papel da universidade é levantar e gerar dados e informações por meio da pesquisa para que as autoridades e demais atores envolvidos nesse projeto possam tomar as melhores decisões possíveis”, explica o coordenador do projeto, Erick Wilke.
O projeto poderá beneficiar gestores públicos municipais; entidades associativas de classe; líderes comunitários; empresas do setor de transporte e logística e do setor de turismo; pequenos e microprodutores e empreendedores, agricultores de base familiar e sociedade civil em geral.
Recursos – Os recursos que viabilizaram a realização do Projeto Multidisciplinar são oriundos de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet. Ele é natural de Porto Murtinho e trabalhou com o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos (Zeca do PT) junto à Embaixada do Paraguai em Brasília para viabilizar a entrada da Itaipu Binacional no projeto. A empresa irá financiar a construção da ponte sobre o Rio Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, obra que é fundamental para viabilizar o funcionamento da Rota Bioceânica e que deve começar a ser construída em 2021.
“Com o projeto em andamento, percebemos que algumas áreas não seriam contempladas pelos estudos de impacto econômico que seriam feitos, por isso resolvemos buscar a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para que analisasse essas áreas”, explica o deputado federal.
Vander Loubet lembra que o Corredor vai impactar o Estado de Mato Grosso do Sul não apenas na questão econômica, em relação ao agronegócio e exportações, como também aspectos ligados ao turismo, à cultura e até mesmo aos pequenos empreendimentos, como a agricultura familiar.
“Acredito que essa pesquisa vai poder complementar aquilo que está sendo estudado pelo Governo do Estado. O Estado está focado com o macro, em questões alfandegárias, de arrecadação, de oportunidades para o agronegócio e a indústria. Mas é importante que a gente tenha a dimensão total do que vai representar esse corredor, em todos os municípios do nosso estado. A Universidade não pode ficar restrita apenas ao mundo acadêmico, acredito que é fundamental que ela possa fazer parte do dia a dia da população e esse tipo de pesquisa é uma forma de fazer isso”, avalia o parlamentar.
Vanguarda – O Projeto Multidisciplinar representa uma extensão do somatório de esforços e ações em torno do tema central Corredor Bioceânico.
“Este projeto coloca a UFMS na vanguarda da discussão da rota bioceânica na medida em que ao pesquisar o cenário atual pensando em perspectivas futuras, antes da obra física ser executada, a universidade está cumprindo um papel muito mais importante do que sanar problemas ou deficiências do nosso momento, estamos impedindo uma série de problemas futuros relacionados à logística, à infraestrutura e aos impactos sociais do projeto, e também estamos olhando para as potencialidades que estão se delineando neste momento”, avalia o pró-reitor de extensão da UFMS, Marcelo Fernandes.
Os resultados parciais dos cinco eixos de pesquisa do Projeto Multidisciplinar foram apresentados em uma Live, com a presença dos pesquisadores e de autoridades, como o deputado Vander Louber. Clique no link e assista à Live: https://corredorbioceanico.ufms.br/live-apresenta-dados-parciais-do-projeto-multidisciplicar-do-corredor-bioceanico/
(Assessoria de Comunicação do Projeto)