No dia 19 de março, foi realizada em Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, a primeira reunião de trabalho a respeito do projeto da ponte sobre o Rio Paraguai que ligará o município pantaneiro ao distrito paraguaio de Carmelo Peralta. Trata-se da concretização de um sonho antigo da população da região. Mais que isso, a ponte será o eixo rodoviário da Rota Bioceânica, corredor que interligará os portos dos oceanos Atlântico e Pacífico.
A obra está avaliada em em 75 milhões de dólares e será financiada pela Itaipu Binacional, empresa estatal brasileira e paraguaia.
Para compreender melhor o que representa essa obra para a geopolítica e para a economia da região, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) vai promover um grande estudo a respeito. A proposta desse estudo surgiu durante reunião entre o reitor da Universidade, o professor doutor Marcelo Turine, e o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), durante visita do parlamentar ao campus de Campo Grande, no final de março.
Para a realização do estudo, a UFMS contará com uma emenda parlamentar de R$ 600 mil do deputado Vander e do ex-deputado federal Zeca do PT, destinada para a Universidade dentro do Orçamento Geral da União (OGU) de 2019.
“O trabalho pela concretização da Rota Bioceânica me acompanha desde a época de secretário de Estado no governo do Zeca. Por isso, estou muito entusiasmado por esse estudo. É fundamental que tenhamos um diagnóstico do que representa a Rota Bioceânica para Mato Grosso do Sul em termos econômicos, sociais, políticos, culturais etc. A obra sobre o Rio Paraguai em Murtinho será iniciada este ano e por isso é imprescindível que, desde já, possamos nos planejar para que essa ponte garanta o máximo de benefício possível para nosso estado”, destaca Vander, que esteve em sua cidade natal, Porto Murtinho, participando da reunião de 19 de março. “E ninguém melhor para promover um estudo como esse do que a nossa universidade federal, que está presente em todas as regiões do estado e conta com professores e pesquisadores altamente capacitados”, completa.
Os estudos e as pesquisas científicas a serem desenvolvidas pela UFMS devem destacar questões relacionadas ao mapeamento do potencial turístico e cultural nos municípios de Mato Grosso do Sul, sobretudo os da Região Sudoeste do estado. “É uma oportunidade sem igual para a Universidade mostrar a sua força para o desenvolvimento do estado, num projeto que contribui diretamente com a sociedade sul-mato-grossense”, disse o reitor Marcelo Turine.
Além de envolver a UFMS, a iniciativa conta com o apoio e participação da Rede Universitária da Rota de Integração Latino-Americana (UniRila), que reúne as instituições da Argentina, Brasil, Chile e Paraguai. Como presidente do Conselho de Reitores das Instituições de Ensino Superior (Crie-MS), o reitor também lidera a discussão sobre a implantação da Rota Bioceânica na América do Sul. “A potencialidade de uma ação conjunta é muito maior e mais abrangente e pode apontar soluções que contemplem os desafios da nossa região e nossa gente. Estamos muito otimistas com as oportunidades que poderão fazer a diferença para a nossa comunidade”, afirmou Turine.
O projeto da ponte inclusive já está movimentando a economia de Mato Grosso do Sul, sobretudo em Porto Murtinho. O município pantaneiro está se tornando o centro de uma rota rodofluvial que barateia custos e potencializa a produção primária do estado no competitivo centro consumidor da Europa e Ásia. A cidade terá, em breve, quatro portos operando na Hidrovia do Paraguai e, com a ponte para Carmelo Peralta (prevista para ser inaugurada em 2023), será passagem obrigatória para veículos com destino aos portos do Chile.
(Éder F. Yanaguita – Ascom/Dep. Vander Loubet)